Retorno
Passaram-se alguns dias, dias de paz. Em uma cidade pequena não havia mesmo muitas pessoas para morrerem. Mas mesmo assim Victória sabia que uma hora sua mão iria arder.
Seu caderno ainda estava perdido pela casa, mas de qualquer forma ela não iria mais escrever uma só palavra nele. Por isso ela comprou um novo caderno, este todo colorido onde ela escreveria o nome dos vivos.
Fora numa manhã, dia normal de escola quando ela passava pelo corredor chamuscadas de pupilas ainda tentavam entender sua mudança. Subitamente sua mão começou a arder e um nome começou a se formar.
Camilo era o nome da vez.
Camilo era um dos garotos mais inconveniente da sua sala. Ele havia tomado alguns remédios errados naquela manhã e estava sentindo algo paralisar dentro de si. Vick foi a primeira a notar o seu mal estar, não que ela já não soubesse o que iria acontecer.
- Camilo está se sentindo bem?
- Não sei, não sinto o sangue circulando.
Ele estava pálido como uma folha de papel, ela o levou direto para o hospital que ficava do lado da escola. Os pais dele chegaram logo em atrás, disseram que o filho tomou um comprimido que na verdade era um veneno que eles haviam deixado na caixa de remédios. Isso seria suficiente para levar Camilo direto para a sepultura, se Vick não tivesse visto.
Todos na cidade já estavam sabendo e muitos olhavam para ela preocupados, esperando que ela gritasse “Ele está bem”. Para ela isso era maravilhoso, pois significava que ela realmente podia decidir salvar as vidas. E assim esse foi o primeiro nome do novo caderno. Meses depois muitos outros também ocuparam linhas.
Heitor não procurou mais a filha e Estela continuou lhe mandando cartas esquisitas. Ela ainda não estava completamente adaptada a sua nova vida, aos novos amigos e principalmente ao novo namorado que chamava muita atenção, mas era atencioso e ficava com ela sempre que podia, aos poucos ele se tornou a pessoa mais importante para ela, e ela a mais importante para ele.
Qualquer barulho ele subia correndo até o seu conjugado para saber se estava tudo bem e se ele podia ajudar.
Realmente a vida dela já não era a mesma.
2 comentários:
cada vez melhor, espero que a vick de um jeito nessa mãe chata dela. (bruxa)
super adorando a história.
beijinhos!
Rsrsrs "Mão chata", "Bruxa" ai Vivi.
Nem dá, afinal mãe é mãe. Mas só o tempo dirá.
Bjs
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